Realidade intrincada

A insônia me faz companhia. Levanto da cama quente, pego um cobertor e vou para sala a procura de algum programa interessante na TV.

Nada que vá prender minha atenção. Esta passando aquele cara, metido a chefe de cozinha que adora colocar defeito nos pratos feitos por seus alunos aprendizes, é sobre um prato de alta culinária cheio de frescuras e não tenho o menor interesse, mas assisto. Mesmo minha mente estando além da TV, e muito além da parede branco gelo. Ela esta a sua procura, matutando o que estará fazendo, se também perdeu o sono ou se pensou em mim por algum segundo recente.

Faz dois dias que não nos falamos. Desde aquele adeus repleto de palavras não ditas e de gestos que todos sabem o que significam. O último adeus. A quebra de confiança, eu te deixando na porta da sua casa, esperando você entrar. Esta tudo bem, eu disse naquela noite, mas o meu olhar indicava que não estava e o seu dizia que sabia. Disse que te ligaria, não liguei. Mais uma promessa vazia, ultimamente tem sido tantas que nem importo em não cumpri-las, estão no automático.


Aumento o volume da TV na esperança de abafar as vozes que questionam minha consciência entre te ligar ou deixar que saiba que me importo com você por terceiros. Pareço um garoto de 13 anos após ter sua primeira desilusão amorosa com a vizinha da casa ao lado. Escutar sua voz é a opção mais cotada. Olho no relógio do celular, são 2:45 da madrugada de um sábado. 

Penso que possa ter saído com suas amigas, devem ter te convidado a conhecer algum amigo em comum, é normal quando se quer esquecer do último cara que namorou. Mesmo assim te ligo, uma voz diz para deixar o recado na caixa de mensagens. Espero alguns minutos, ligo outra vez, telefone fora de serviço. Suas amigas te levaram para um bar descolado, depois foram para a boate, você conheceu o amigo que prometeram te apresentar, gostou dele, conversaram até tarde e sabe lá o que devem ter feito. 

Eu continuo no sofá, olhando para a porta na esperança de você aparecer tocando a companhia e chamando por meu nome.


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